Ruínas das Montanhas

Imagem de Solaria


As Ruínas da Montanha são os últimos resquícios de uma era esquecida, um testemunho silencioso de civilizações que um dia prosperaram antes que o próprio vulcão moldasse a paisagem de Zyrak. Escondidas sob camadas de cinzas vulcânicas e rochas endurecidas pelo calor extremo, essas ruínas são compostas por templos desmoronados, fortalezas fragmentadas e corredores subterrâneos que se estendem por quilômetros abaixo da terra. Para muitos, essas estruturas antigas são apenas lembranças de um passado distante, mas para os mais ousados, são um convite irresistível para explorar segredos enterrados há séculos.

As lendas falam de um povo que habitava a montanha muito antes da fundação de Zyrak, uma civilização que teria aprendido a controlar o poder do vulcão e a moldá-lo à sua vontade. Segundo os registros antigos, esses habitantes possuíam um domínio absoluto sobre as chamas e o magma, criando artefatos de poder imensurável, forjados diretamente no coração do vulcão. Diz-se que templos inteiros eram erguidos em honra ao fogo primordial, adornados com símbolos místicos que ainda brilham levemente sob a fuligem acumulada.

A jornada até as ruínas não é para os fracos. Os caminhos são traiçoeiros, cobertos por cinzas escaldantes que afundam sob os pés e fendas que expelem vapores tóxicos. Além dos desafios naturais, há relatos de tremores ocasionais, como se a própria terra tentasse engolir aqueles que ousam desvendar seus mistérios. Em alguns pontos das ruínas, fluxos de lava emergem do subsolo sem aviso, destruindo tudo em seu caminho e criando novas camadas de destruição.

No entanto, os perigos não são apenas naturais. Criaturas habitam as ruínas, seres distorcidos pela influência do vulcão e pelo poder que se esconde nas profundezas. Espectros ardentes, guerreiros de fogo condenados a vagar pelo local, defendem as antigas construções com fúria inabalável. Bestas de magma emergem das rachaduras no solo, seus corpos fundidos à rocha e à lava, protegendo aquilo que restou da civilização esquecida.

Ainda assim, esses riscos não impedem os arqueólogos flamejantes, uma ordem dedicada a desvendar os segredos das ruínas e recuperar os artefatos de poder ancestral. Poucos desses exploradores retornam, e aqueles que conseguem voltar nunca são os mesmos. Alguns trazem consigo objetos de valor incalculável, como lâminas forjadas no fogo sagrado, amuletos encantados com a essência do vulcão ou pergaminhos que contêm fragmentos de um conhecimento há muito perdido. No entanto, outros retornam marcados, com seus olhos ardendo como brasas, suas vozes carregando ecos de algo que não pertence ao mundo dos vivos.

Há boatos de que, no coração das ruínas, existe uma câmara secreta, selada por magia antiga, onde os líderes da civilização perdida guardavam seus maiores tesouros. Segundo os mitos, essa câmara contém o conhecimento definitivo sobre o controle do fogo, um poder capaz de moldar o próprio destino do vulcão e daqueles que vivem sob sua sombra. Muitos tentaram encontrar essa sala lendária, mas até hoje, ninguém retornou para contar o que viu.

O silêncio que envolve as ruínas é perturbador, interrompido apenas pelo som ocasional de rochas desmoronando e pelo murmúrio do fogo subterrâneo. Para alguns, esse silêncio é um aviso, um sinal de que a montanha guarda seus segredos com ciúme e que aqueles que tentam roubá-los pagam um preço terrível. Para outros, é um desafio, um convite para explorar os mistérios que o tempo tentou esconder, mas que jamais foram completamente apagados.

As Ruínas da Montanha continuam sendo um dos lugares mais perigosos e fascinantes de Zyrak. São um lembrete de que, por mais que o fogo consuma tudo, ele nunca pode apagar completamente o legado daqueles que ousaram desafiar o destino e moldar sua própria história.

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