O Templo da Noite, escondido nas profundezas da fortaleza de Velgaroth, é um local envolto em mistério e escuridão. Ao contrário de qualquer santuário comum, este lugar é dedicado a forças que transcendem a compreensão humana, forças que pertencem a um domínio além deste mundo, além das leis da natureza e da razão. O templo é cercado por uma aura de poder indescritível, uma energia sombria que pulsa nas paredes e no ar, uma presença que parece observar todos os que ousam se aproximar.
A entrada do templo é difícil de encontrar, escondida nas catacumbas da fortaleza, onde os corredores se torcem e se enredam como um labirinto. Quando alguém tem a sorte, ou a maldição, de encontrar sua entrada, a primeira sensação é de um silêncio absoluto, um silêncio que pesa como uma pressão física. As pedras frias do chão ressoam com um som profundo a cada passo, e o ar parece mais denso, quase como se fosse possível tocá-lo. As paredes do templo estão cobertas por inscrições arcanas, símbolos e palavras em línguas antigas, cujos significados foram perdidos há milênios. Quando a lua cheia atinge o seu auge, essas inscrições começam a brilhar com uma luz púrpura e espectral, iluminando o templo com um brilho sobrenatural que só intensifica a sensação de que este não é um lugar de simples mortais. O brilho é hipnótico, quase como se as palavras nas pedras quisessem atrair os que passam por elas para desvendar os segredos que elas guardam.
O Templo da Noite não é um lugar de oração comum, mas de rituais sombrios e invocações de forças das trevas. Sacerdotes de Velgaroth, com suas roupas e mantos negros, entram no templo para praticar os antigos rituais que foram passados de geração em geração. Esses rituais envolvem a invocação de entidades esquecidas, seres de um abismo de onde não há retorno. Apenas aqueles dispostos a pagar o preço por seu poder – um preço que exige a perda de parte de sua alma – podem obter os dons que o templo oferece. O sacrifício é necessário para obter o que se deseja, e ninguém é imune às consequências. Aqueles que falham em seus pactos ou que se afastam da verdadeira senda das trevas correm o risco de perder mais do que sua alma – podem perder sua humanidade, sua sanidade, ou até mesmo sua existência.
Dentro do templo, o tempo e a realidade não se comportam da mesma maneira que fora de seus muros. Os ritmos do mundo externo parecem desaparecer, e os que entram nas profundezas do templo logo percebem que o que acontece ali não segue as leis do tempo. Alguns dizem que o templo tem um poder de manipulação temporal, distorcendo o passado e o futuro, criando uma sensação de que o que está acontecendo ali pode ter acontecido há séculos ou estará se realizando eternamente. Aqueles que entram nesse espaço sagrado – ou profano, dependendo da perspectiva – muitas vezes saem transformados, alterados de maneira irreversível. Alguns nunca mais são vistos, enquanto outros retornam com os olhos vazios, consumidos pela escuridão que habita o templo.
Há histórias de aventureiros e sacerdotes que desceram ao Templo da Noite e nunca mais encontraram seu caminho de volta, desaparecendo sem deixar vestígios. Outros, mais corajosos ou tolos, voltaram, mas com suas mentes fragmentadas e almas dilaceradas. Os segredos que o templo guarda são tão profundos e antigos que desafiam a própria compreensão da realidade, e aqueles que tentam desvendar esses mistérios correm o risco de se perder em um abismo que não possui fim. O templo, por mais sagrado que seja para os habitantes de Velgaroth, é também um local de maldição, onde a linha entre o poder e a destruição é finíssima. Aqueles que procuram o Templo da Noite devem estar prontos para pagar o preço de seus desejos, pois no final, tudo tem um custo – e o custo da verdadeira escuridão é mais alto do que qualquer um poderia imaginar.