As Cavernas de Valdros são um vasto labirinto subterrâneo que se estende além da compreensão humana, um reino sombrio e inexplorado que serpenteia por baixo da terra. Este território é o lar das feras mais antigas e perigosas que o reino de Valdros já conheceu, criaturas cujos nomes ecoam nas lendas como predadores imortais, criaturas cuja fúria é incansável e insaciável. Apenas os mais corajosos – ou talvez os mais insanos – ousam adentrar estas cavernas, pois, ao entrar, eles não só enfrentam os horrores que ali habitam, mas também são desafiados a caçar ou se tornarem caçados.
As paredes das cavernas são feitas de rochas escuras e ressoam com os ecos de rosnados e uivos distantes, sons que parecem vir de todos os lados ao mesmo tempo. A escuridão dentro dessas cavernas é espessa e viva, como se as próprias sombras estivessem se movendo, observando, esperando por qualquer distração, qualquer momento de fraqueza. Aqueles que se atrevem a caminhar pelos corredores sombrios das Cavernas de Valdros falam de uma sensação quase palpável, como se algo invisível os seguisse a cada passo. Cada som, cada movimento, é amplificado por essa escuridão que parece engolir tudo ao seu redor.
Nas profundezas mais remotas dessas cavernas, algo ainda mais misterioso e poderoso aguarda. Totens de pedra, erguidos com uma perfeição grotesca, estão espalhados pelos corredores e cavernas internas. Esses totens não são meramente ornamentais; eles são portais para os espíritos dos maiores caçadores que já existiram, guerreiros de uma era ancestral que conquistaram e destruíram com a mesma ferocidade das bestas que agora povoam esses locais. Dizem as lendas que o toque de um desses totens pode conceder um poder imenso – força além da compreensão, habilidades de caça incomparáveis, uma visão do mundo que ninguém mais pode ter. No entanto, esse poder não vem sem seu preço. Muitos que ousaram tocar os totens sentiram sua alma ser consumida, tomados por um vazio profundo que os deixou irreconhecíveis. Esses desafortunados se tornaram sombras de quem foram, vagando pelas cavernas como espectros, prisioneiros de seus próprios desejos e arrependimentos.
Dentro dessas cavernas, os caçadores devem estar sempre alertas. As feras que lá habitam são caçadoras implacáveis, criaturas com sentidos aguçados e um instinto predatório tão primitivo quanto a própria terra que as abriga. Elas não hesitam, não param, e, para sobreviver, o guerreiro deve ser tão astuto quanto as bestas que o perseguem. Cada passo é uma decisão de vida ou morte. Alguns caçadores se tornam lendários, nunca sendo vistos novamente, suas histórias se tornando parte do tecido místico que envolve as Cavernas de Valdros. Outros, no entanto, desaparecem sem deixar rastro, suas mortes sendo apenas mais uma adição à infinita escuridão que envolve esse labirinto.
As Cavernas de Valdros são mais do que um teste físico; elas são um teste da alma. A cada movimento, a cada respiração, o guerreiro deve confrontar sua própria essência e lutar não apenas contra as feras que espreitam, mas contra a própria escuridão dentro de si. Aqueles que sobreviverem, aqueles que conseguirem sair dessas profundezas com suas almas intactas, retornam como caçadores imortais, imbuídos com um poder que só as cavernas podem conceder. Mas muitos não retornam, e aqueles que retornam não são mais os mesmos. O que ocorre nas profundezas de Valdros é algo que poucos podem compreender, e menos ainda podem sobreviver para contar a história.