Castelo Afundado

Imagem de Solaria


Escondido nas profundezas da terra, o Castelo Afundado é um monumento sombrio à decadência e ao mistério, uma construção que parece ter sido engolida pelas próprias entranhas do mundo. Seu exterior, uma vez grandioso, agora é um reflexo de um passado esquecido, com torres desmoronadas e paredes que parecem se desintegrar a cada passo. Ninguém sabe ao certo quem erigiu este castelo ou qual era o seu propósito, mas as lendas que cercam sua origem são tantas quanto as sombras que o envolvem. Uma dessas lendas fala de um império que ousou desafiar os próprios deuses, buscando poder além de qualquer mortal. Diz-se que, ao desafiar a ordem cósmica, esses antigos senhores do castelo receberam a punição mais cruel possível – um castigo que os selou em um ciclo eterno de queda, com o castelo afundando cada vez mais nas trevas que o cercam.

A estrutura do castelo não está simplesmente soterrada; ela está presa em um eterno declínio, como se uma força invisível a estivesse arrastando para as profundezas da terra. O terreno ao redor é instável, como se o próprio castelo estivesse à beira de desmoronar completamente. Cada uma das suas imponentes colunas agora é apenas uma sombra do que um dia foi, seus mármores rachados e seu metal enferrujado, como se o tempo tivesse passado de forma descontrolada, levando com ele toda a magnificência e o esplendor que o castelo possuía. Os corredores, antes grandiosos e cheios de vida, agora são um labirinto de ruínas, com paredes que se desmoronam e salões vazios que ecoam apenas os sussurros das criaturas que ali habitam.

Em meio a este cenário de desolação, criaturas espectrais vagam pelos corredores desmoronados, almas perdidas que foram escravizadas pelo castigo do castelo e que não conhecem descanso. Seus sussurros, carregados de uma energia gélida e maligna, reverberam através dos corredores sombrios, tentando seduzir e enganar qualquer intruso que se atreva a entrar. Alguns dizem que esses fantasmas são os próprios antigos senhores do castelo, cujas almas foram condenadas a uma existência eterna de tormento, forçadas a percorrer os mesmos corredores que um dia governaram, até que alguém digno o suficiente apareça para reivindicar seu poder e libertá-los. Mas essa promessa, se de fato existe, parece tão distante quanto as estrelas que jamais tocam a terra.

Além dos sussurros, há uma lenda ainda mais sombria que circula entre os poucos que conhecem o Castelo Afundado. Fala-se de uma fera primordial, um ser de poder inenarrável, que repousa no coração do castelo, aguardando o momento certo para despertar. Esse ser, dizem alguns, é o verdadeiro guardião do castelo, e os antigos senhores do castelo teriam, na verdade, buscado seu poder, apenas para serem punidos por sua ganância. A criatura permanece escondida nas profundezas do castelo, imersa nas sombras que se estendem por todo o lugar, esperando por alguém digno o suficiente para enfrentá-la, alguém que tenha o poder para despertar o verdadeiro horror que ela representa. No entanto, poucos são os que ousam entrar nesse lugar amaldiçoado, e ainda menos os que retornam para contar a história de seus encontros.

O Castelo Afundado, assim, permanece como um vestígio do que um dia foi uma civilização grandiosa, agora completamente esquecida pelo mundo exterior. Suas ruínas são um monumento à arrogância e à decadência, e aqueles que se aventuram em suas profundezas o fazem com a consciência de que podem nunca retornar. O castelo, com sua lenta e interminável queda, guarda segredos que talvez nunca venham à tona, mistérios que desafiam a própria compreensão humana. Ele permanece, sempre afundando, sempre desmoronando, aguardando o momento em que o último fragmento de sua história será perdido nas sombras.

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